segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

O pintor e a paisagem de Serra Velha

O Caminho da pintura de paisagem no estado da Paraíba começa a ser redescoberto pelo jovem pintor Rodrigues Lima.
Nascido no dia 19/03/74 no interior da pequena cidade de Itatuba, situada no micro região Piemonte da Borborema, rica em acidentes geográficos. Sua bacia hidrográfica é de grande importância, contando com muitos rios: Quati, Surrão, Jacaré; riachos como o Pé de Serra, a Mala e muitos açudes e fontes, como a Riculuta. Como acidente geográfico importante destaca-se a Serra Velha, limitada com as cidades de Fagundes e Ingá. Serra Velha é situada no topo da serra onde José Iremar Rodrigues Gomes (Rodrigues Lima) nasceu para a vida e para a arte.
Filho do agricultor Sr. Adélio Gomes da Silva e da professora primária, a senhora Irene Rodrigues Gomes. Ele, primogênito de seis filhos, é alfabetizado por sua mãe. As responsabilidades prematuras como tomar conta de seus irmãos menores e da casa não perturbou a sua infância e já, nos primeiros anos de sua infância, demonstrava desenvoltura no desenho, fazendo-se admirar pelas pessoas de sua convivência e principalmente por sua mãe Dona Irene. O cenário dá força à sua imaginação precoce, fazendo com que ficasse horas a fio sentado, sonhando de olhos abertos olhando, do alto, aquela paisagem.
Do alto da serra, o olhar curioso de uma criança registrou para sempre em sua memória os retratos de sua infância: os rios, plantas, frutas, árvores, os pássaros e seus céus. O interesse pela pintura cresce e sua mãe com muita dificuldade o envia á cidade de Campina Grande para estudar pintura uma vez por semana, e logo ele se destacando entre seus colegas. As dificuldades aumentam e Iremar deixa a casa paterna, indo para a cidade de João Pessoa no estado da Paraíba, em busca de oportunidade e melhoria de vida. A princípio exerceu várias atividades, mas sempre procurando meios para realizar o sonho de viver de suas pinturas. Autodidata, pintava tudo, marinas, naturezas mortas, retratos, abstratos .
Era um clinico geral nas artes, tudo pela sobrevivência, mas o que mais o tocava era a paisagem, que o atraía, e todas as vezes que alguém lhe perguntava sobre o seu estilo, ele respondia: "sou um paisagista". Realizou várias exposições coletivas e individuais, procurando meios e caminhos para mostrar seu trabalho ao mundo das artes oficial na Paraíba.
Em João Pessoa, a principio consegue dar aula de pintura a um pequeno grupo de alunos heterogêneo: crianças, adolescentes e pessoas da terceira idade, conseguindo com muita força de vontade, passar no vestibular na Universidade Federal da Paraíba. O tempo é senhor da razão e através de novos conhecimentos e da busca do saber, consegue o jovem artista dar uma unidade a seu trabalho. Aquele panorama visto de cima da Serra Velha, explode em suas pinturas. Nas suas paisagens a natureza está impregnada de vida, de percepções íntimas vividas e sonhada. Iremar criança, sonhador, transforma-se em Rodrigues Lima quando eternizando, através de sua arte, momentos únicos, singulares vividos pelo artista. Segundo Bachelard: "Antes de ser um espetáculo consciente, toda paisagem é uma experiência onírica".
Nas suas telas tudo parece real, fruto de uma técnica invejável e que, segundo Drª. Madalena Zácara, doutora em História da Arte, é uma imagem comovente de um Brasil que poucos conhecem, estranho aos cartões postais cujos registros não são enciclopédicos, mas existenciais.
Hoje Rodrigues Lima não é mais um artista periférico, é um dos grandes nomes das artes plásticas na Paraíba como muito bem mostrou em sua ultima exposição "DO ALTO DA SERRA VELHA", realizado na conceituada galeria Gamela em João Pessoa, com sucesso de crítica e de público principalmente entre seus pares. A apresentação do catalogo e do artista foi feita pela Doutora Madalena Zacarra.
Um artista, com poética é uma raridade nos nossos dias, mas o jovem artista Rodrigues Lima com sua impressão digital única não é mais uma promessa, mas um grande talento das Artes Plásticas.



Dra. Irismar Fernandes de Andrade